sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Move Faster - Capitulo 6 - I belong to you... *FIM*


“There is no reason
There is no rightIt's crystal clear
I hear your voice
And all the darkness disappears
Everytime I look into your eyes
You make me love you (…)
(…) I belong to you, you belong to me
Forever”

Juntas vemos o carro deslizar falésia a baixo. Explodindo ao tocar o solo no fundo do abismo. Apertamos a mão uma à outra.

- Está feito. Já não podemos voltar atrás.

- Eu sei, Angel. Mas foi o melhor a fazer. Não podes ser presa.

Visto o casaco que tirara do carro e lado a lado com Mélanie caminho até à estrada. Coloco o carapuço na cabeça escondendo os meus cabelos loiros. Mélanie faz o mesmo e vamos caminhando na beira da estrada. Caminhamos cerca de uma hora quando avistamos novamente a cidade.
A visão do meu carro a arder assombra a minha mente e tolda-me os pensamentos. Passo pelo meio das pessoas sem sequer reparar nelas. Mélanie puxa-me pelo braço.

- Aqui!

Olho para o local que ela me aponta. Tinha acabado de passar pelo que procurava sem sequer reparar. Um cabeleireiro. Entramos as duas e retiramos os carapuços.
Uma hora depois saímos as duas de lá. Paro em frente a uma montra e olho novamente o meu reflexo. O meu cabelo loiro e liso dá agora lugar a um preto encaracolado. Mélanie abandonou o seu cabelo também loiro mas com caracóis e tem-no agora castanho escuro e liso com franja.

- Quase não me reconheço a mim própria. – comento.

- Era essa a intenção, não era?

Ambas sorrimos e seguimos o nosso caminho. Paro junto a uma limusina, abro a porta e entro. Sento-me no banco junto ao vidro que dá para o lugar do motorista. Este abre o vidro.

- Ainda bem que chegou, menina. Estava a ficar preocupado.

- Está tudo bem, Henry. Não te preocupes.

- Tome lá. – passa-me um grosso e grande envelope para as mãos.

- Obrigado. Até sempre, Henry.

- Espere! Pegue isto também. – entrega-me um papel com uma morada – A menina saberá o que fazer com ele.

Sorrio e saio do elegante carro que depressa se põe em movimento, afastando-se no meio da confusão citadina. Mostro o envelope a Mélanie, que observa os papéis no seu interior. Encolhe os ombros.

- É uma nova vida, não é? Vamos lá procurar esta casa.

Caminhamos pelas ruas, pedindo informações aqui e ali para chegarmos ao nosso destino. Finalmente encontramos a rua. Procuramos o número do prédio e entramos com a chave retirada do envelope. O nosso novo apartamento, bem no centro da cidade.
Mélanie espalha o conteúdo do envelope no sofá e começa a separar os papéis e cartões. Depois de os ter todos organizados entregamos.

- Isto é teu, Angelina Conrad. – ri-se ao pronunciar o meu novo nome.

- Muito obrigado, Melissa Catcher.

Rimo-nos as duas e no meio da confusão deixo cair o papel que Henry me dera. Apanho-o do chão e observo-o durante alguns segundos. Mélanie observa-me e ao papel.

- É a morada dele? Tens de lhe contar. Ele não merece pensar que morreste. Será que já se sabe?

Levantasse e antes que eu responda liga a televisão, onde grande maioria dos canais já dá a notícia da minha morte e da dela após o grande escândalo das corridas ilegais.
Mando-a desligar a televisão e pego no telemóvel. Escrevo uma mensagem e envio a Bill, em anónimo. Combino um encontro num local um pouco mais afastado dali a dois dias.

***

Já tenho um emprego, junto da minha grande paixão, os carros. Trabalho numa loja de peças e alteração de automóveis. Mélanie encontrou o local perfeito para ela, um atelier de moda.
Arrumo as últimas peças nas prateleiras, antes de sair da loja para ir para casa. Ouço música através da televisão colocada junto ao balcão.
A música pára repentinamente, dando notícia de um grave acidente ocorrido. Paro em frente da televisão a ver.

Brian Kendrix morre num aparatoso acidente de automóvel, durante uma corrida ilegal. O acidente ocorreu esta madrugada em território alemão. O americano despistou-se embatendo contra uns separadores de betão que lhe provocaram a morte.
Curiosamente, foi ele que, há alguns dias atrás, revelou o facto de a sua ex-namorada participar em corridas ilegais, a falecida Angelika Morgan.


Desligo a televisão, apago as luzes e saio da loja. Volto para casa onde Mélanie, agora Melissa, me espera. Já está pronta e apressa-me para que me arranje.

- Eles vão pensar que estão a ver fantasmas. – ri-se deitada sobre a minha cama.

- Sim. – respondo enquanto me observo no espelho.

*Flashback*

- Tens a certeza, Angel?

- Sim, Bill.

Selamos o nosso primeiro e único beijo. Dois dias antes da minha partida para os Estados Unidos. Dois dias antes da separação. Mas o beijo ficou gravado na memória. O nosso primeiro beijo…

*End of Flashback*

***

Estamos na mesma falésia onde o meu carro foi destruído. Onde Angelika Morgan e Mélanie Phelps desapareceram para sempre. Os destroços já não se encontram no fundo da falésia, foram retirados no dia anterior. Observo o sol que começa a desaparecer, a pôr-se no horizonte.
Um grande carro preto aproxima-se. É o carro de Tom. Pára a alguns metros de nós e ele e Bill abrem as portas, saindo em seguida. Com algum receio mantém-se ao lado do carro sem se aproximarem.
Por trás dos óculos de sol, uma lágrima escorre pela minha face.

- Eu disse que nunca te esqueci e que nunca te esqueceria. Tu esqueceste-me? – pergunto virada para Bill.

Ele olha-me e franze a sobrancelha sem perceber. Depois a expressão de incompreensão dá lugar a um sorriso radioso e corre até mim. Pega nas minhas mãos e depois ergue os meus óculos de sol, olhando-me nos olhos.

- Pensei que te tinha perdido para sempre. – sussurra junto do meu ouvido enquanto me abraça.

- Nunca. Eu pertenço-te.

- E eu a ti…

Beijamo-nos, um beijo calmo, sem pressa, um beijo de dois eternos amantes separados anos antes pela distância. Um beijo de amizade, carinho e amor. A continuação do beijo do parque em crianças e que nunca foi esquecido.
Separamo-nos e ficamos a ver o pôr-do-sol, sentados na falésia com Mélanie e Tom ao nosso lado. Os quatro. As três pessoas mais importantes da minha vida. As únicas pessoas que posso considerar família…

Para sempre…

*FIM*

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Move Faster - Capitulo 5 - It's over...


Capitulo 5 – It’s over… http://br.youtube.com/watch?v=_Wr50NZIB1g

“I tried so hard
And got so far
But in the end,It doesn't even matter
I had to fall
To lose it all,But in the end
It doesn’t even matter (…)

(…) Things aren't the way they were before
You wouldn't even recognize me anymore
Not that you knew me back then
But it all comes back to me
In the end”

Cinco minutos depois chego ao portão de casa onde me esperam Bill e Tom. Paro o carro e ambos entram, Bill para o meu lado e Tom para trás. Entrego o papel com a morada a Bill que o mostra a Tom e ambos indicam-me o caminho.
Dez minutos de estrada e entramos numa rua sem saída ladeada por grandes armazéns. Vamos olhando para os números do lado direito dos portões. Procuramos o número cinco. Paro o carro ao ouvir uma exclamação indistinta de Tom, que aponta para um armazém. É o que procuramos. Saimos os três a correr do carro.
O portão está entreaberto, espreito e ouço murmúrios ao longe. Abro mais o portão deixando que Bill e Tom vejam para dentro também.

- Mélanie? – chamo.

Novo murmúrio, desta vez mais forte. Pego no telemóvel e abro a tampa de modo a ter um pouco de luz. Caminho ao longo do portão procurando um interruptor. Encontro e acendo as luzes, que vão ligando por fases até a última fase iluminar Mélanie amarrada numa cadeira.
Corro até ela, Bill fica no portão a ver se aparece alguém, Tom corre atrás de mim. Ambos chegamos a Mélanie e retiramos-lhe as amarras e a mordaça da boca.

- Angel…Graças a Deus. O Brian… - diz atropelando as próprias palavras.

- Já passou. Ele não vai chatear mais. – digo-lhe dando-lhe um beijo na testa e ajudando-a a levantar-se. Tom ajuda do lado contrário. – Ele fez-te alguma coisa?

- Não. Apenas me amarrou aqui.

Saimos do armazém fechando o portão na saída. Entramos no carro e dirigimo-nos para minha casa. Henry abre-nos a porta e traz um kit de primeiros socorros para tratar de algumas feridas de Mélanie.
Esta acaba por adormecer na sua cama poucos minutos depois de a depositar-mos lá. Fico uns segundos a observá-la da porta do quarto. Depois apago a luz e vou para a sala. Despeço-me dos rapazes que vão para sua casa.
Sento-me no sofá e fico a olhar o vazio.

***

Mélanie entra na sala de manha cedo, ainda me encontro lá. Não fui dormir, o sono não é nenhum e a minha cabeça anda a 1000 à hora. Ela senta-se ao meu lado e conto-lhe o que aconteceu no dia anterior.

- O que achas que vai acontecer agora? – pergunta-me.

- Não sei. Gostava de saber, mas não sei. Mas acho que ficaremos a saber mais cedo do que imaginamos.

Ela assente e encosta a sua cabeça no meu ombro. Ficamos assim longos minutos até Henry entrar a correr na sala e ligar a televisão.

- Menina! Menina! Veja isto.

Muda de canal apressadamente até ao canal que deseja mostrar. No ecrã aparecem fotografias minhas ao volante do meu carro durante as corridas. A notícia vai passando também no roda pé do noticiário. Pego no comando e mudo de canal, mas as minhas fotografias perseguem-me. Vários outros canais passam exactamente a mesma notícia.
Desligo a televisão e levanto-me do sofá. Sinto os olhos de Mélanie cravados em mim, os de Henry também, ambos me observam atentamente esperando uma reacção.

- Parece que já sabemos o que aconteceu.

Saiu da sala em direcção ao jardim, os meus pensamentos são interrompidos pelo toque do meu telemóvel, ainda colocado no bolso das minhas calças desde a noite anterior. Retiro-o de lá e atendo sem ver quem é.

- Sim?

- Angelika! Não saias de casa que estou a entrar no avião para ir para aí.

A voz do meu pai soa ríspida do outro lado e desliga após esta frase. Esta ordem. Volto para dentro e aviso Henry da chegada do meu pai. Este prepara-se para ir para o aeroporto buscá-lo. Volto a sentar-me no sofá. Ele está a uma hora de viagem, estava numa reunião na Bélgica.
Hora e meia depois a porta da frente abre-se. Eu e Mélanie levantamo-nos do sofá e observamos o meu pai que se encontra parado na porta a olhar-nos seriamente.

- Bom dia, tio.

- Sai daqui Mélanie!

Ela olha-me e sai a correr da sala. Ouço a porta do seu quarto bater no andar de cima e vejo o meu pai avançar para mim. Vejo-o esticar a mão e desvio-me no preciso momento em que ele se prepara para me dar um estalo. Afasto-me alguns metros, olhando o seu rosto furioso.

- Quero-te fora desta casa ainda hoje! Esquece que sou teu pai! Espero que te lembres que podes ser presa pelo que fizeste! Foste uma vergonha para mim. – grita-me.

Não respondo, vejo-o virar costas e sair de casa seguido por Henry. Não me mexo. Fico parada no meio da sala sem capacidade de reacção. Em estado de choque. Ouço Mia descer as escadas a correr e parar ao meu lado.

- Os meus pais já sabem. Não querem que eu volte para casa. Eu ouvi o teu pai. O que fazemos?

Não lhe respondo. Saio da sala, ela não me segue. Sabe que preciso de estar sozinha para pensar e tomar uma decisão quanto ao que fazer a seguir.

***

Estou sentada no telhado da casa, desde pequena que este é o meu local favorito nesta casa. Henry é o único que sabe onde fica o meu refúgio.
Ouço passos atrás de mim. Não me viro.

- Deixa-me sozinha, Henry.

- Não é o Henry. – Bill pousa as mãos nos meus ombros, ajoelhando-se atrás de mim.

Não diz nada, não precisa. É óbvio que já sabe de tudo o que aconteceu. Fica apenas sentado ao meu lado e aperta a minha mão com força, tentando transmitir-me calma e serenidade. Faz o mesmo que fazia anos atrás quando sabia que eu estava nervosa.

- Nunca te esqueci. Estiveste comigo estes anos todos. – digo-lhe.

- O que vais fazer agora?

Levanto-me e sacudo as calças. Olho à volta da casa, nenhum jornalista adivinhara a minha morada na Alemanha.

- Agora, vou acabar com isto.

Saio do telhado, passo pela sala e dirijo-me para o carro. Mélanie corre atrás de mim ao ver-me passar pela sala. Entra no carro comigo.
Mando abrirem os portões e pelo retrovisor vejo Bill aparecer a correr na porta. Arranco a grande velocidade. Só parando dez minutos depois em frente a um hotel.

- O que vais fazer?

- Preciso de entregar uma coisa ao meu pai.

Saio do carro e entro no hotel, é lá que o meu pai está enquanto espera que eu abandone a casa. Sei disso pois é sempre lá que ele fica quando vem à Alemanha. Nunca usa a casa. Entrego um envelope na recepção dirigido ao meu pai. E saio de volta ao carro.
Dentro do carro falo com Mélanie. Ela concorda com a minha decisão.

***

Paro o carro em frente a uma falésia. Aperto a mão de Mélanie. Olhamos uma para a outra e sorrimos.

- Tens a certeza? – pergunto-lhe.

- Absoluta. É agora ou nunca. Estaremos sempre juntas em tudo!

Sorrio-lhe em resposta. Largo a sua mão e volto a ligar o motor do carro. Olho novamente o horizonte para lá da falésia.
Meto a primeira mudança e colo o acelerador ao chão.

***

No hotel a carta é entregue ao destinatário, que a abre prontamente, lendo-a até à última palavra enquanto se senta na beira da cama.

Olá.
Desculpe se o desiludi, mas você sempre soube que eu não sou a boneca de porcelana que queria que eu parecesse. Sempre soube que eu aparecia nos eventos só para o agradar. Eu nunca quis aparecer, nunca gostei.
Não sou uma boneca de porcelana nem o quero ser. Quero ser apenas eu, com todos os defeitos que tenho e que eu pensava que respeitava.
Se não me quer na sua vida, eu faço o favor de desaparecer dela. Não quero ser um estorvo à sua imagem e poder.
Escrevo-lhe esta carta para me despedir.
Nunca mais vai ter de se preocupar comigo.
Adeus…

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Move Faster - Capitulo 4 - Move Faster




“We have to move faster and faster
to know where we belong

We need to move faster and faster
to know where we must go

'cause the world is in your hands

It's time to free your mind

'cause the world is in your

time to free your mind”



Chegamos a casa e Mélanie está sentada no sofá em frente da televisão a ver um qualquer programa americano. Quando nos vê entrar levanta-se muito rapidamente e vem cumprimentá-los. Sempre muito educada.
Ficamos horas na conversa, a relembrar o passado. Principalmente eu e Bill que éramos os melhores amigos na infância e nos separamos quando fui para os Estados Unidos.


***


Passados uns dias eles voltam cá a casa. Estou sozinha, pois Mélanie disse que precisava de comprar umas coisas e saiu para ir a um shopping.
Recebo-os e ficamos na sala a conversar. Começo a olhar para o relógio, Mélanie saiu à três horas atrás e ainda não disse nada. Ficara de me ligar se se atrasa-se pois vamos jantar todos juntos. Não dá sinais de vida. Pego no telemóvel e marco o seu número, após vários toques a chamada entra no voicemail. Volto a tentar, mais uma e outra vez, nada. Ela não atende.

- O que se passa? – pergunta-me Tom, ao ver-me sempre agarrada ao telemóvel.

- A Mélanie saiu e nunca mais disse nada. Ela disse que se fosse chegar atrasada me avisava. Mas ainda não disse nada nem atende o telemóvel.

Pouso o telemóvel em cima da mesinha da sala entre os sofás. Não vale a pena continuar a insistir. Ela quando quiser diz alguma coisa. Mal pouso o telemóvel, este começa a tocar.

- Deve ser ela! – pego no telemóvel e olho para o visor, número privado, Mélanie não tem número privado – Afinal não é ela… - carrego no botão para atender a chamada – Sim??

- Olá, Angel. Sabes quem sou?

Levanto-me do sofá e afasto-me para que não ouçam a conversa. Olho para trás e verifico que não me tomam atenção.

- Claro que sei. Reconheço a tua voz em qualquer lado. É insuportável!

- Se fosse a ti falava com jeitinho para mim…É que eu tenho a tua amiga…

- Não me chateies… - preparo-me para desligar o telefonema.

- Angel…Ajuda-me, por favor… - suplica a voz de Mélanie do outro lado da linha – Agora já acreditas em mim?

- Se lhe fazes alguma coisa eu mato-te, Brian! – não me consigo conter e acabo por gritar para o telemóvel, chamando a atenção de todos os presentes na sala, que agora me observam com atenção – O que queres? Fala!!

- Tu sabes muito bem o que quero. Hoje, vinte e três horas, saída da cidade. Não falhes ou nunca mais a vês.

Desliga a chamada sem me deixar responder nada. Sem me deixar reagir. Estou entre a espada e a parede.
Volto para o sofá. Olho para o relógio que marca dez para as vinte horas. Todos me observam, todos me interrogam com o olhar.

- A Mélanie foi raptada.

- Mas como? Por quem? Tu trataste-o pelo nome…Conheces? – sou bombardeada com perguntas, vindas de todos eles.

- Ele chamasse Brian e é um ex-namorado meu. Ele nunca aceitou que eu o deixasse e então tem-me perseguido desde aí.

- Mas o que é que ele quer de ti? Que voltes para ele? – pergunta-me Bill, sentado ao meu lado.

- Não. Ele quer dinheiro ou estragar-me a vida. Ele quer que eu corra contra ele.

- Correr contra ele? Não percebo. – diz Gustav observando-me.

Explico-lhes a história toda.

- Eu participo em corridas de carros ilegais. Ele também e é aí que ele quer que eu corra contra ele. Mas nós temos um contrato. Eu devia estar maluca quando assinei aquilo. Mas a verdade é que está assinado e ele tem o original. E o contrato estipula que se eu correr contra ele e perder tenho de lhe dar 20 mil dólares, se ganhar ele tem autorização para divulgar à imprensa e aos meus pais o que eu faço. Ele tem como provar que participo nas corridas. E eu posso ser presa por causa disso.

Todos me olham chocados com esta mirabolante história, mirabolante mas verdadeira. Seja qual for o desfecho da corrida eu fico a perder. Se tiro 20 mil dólares das contas do meu pai, ele mata-me. Se descobre a minha vida secreta, mata-me na mesma. Estou ferrada de qualquer das maneiras.
A única coisa que sei é que tenho de tirar Mélanie da beira dele.

- Onde é que ele está? – pergunta Georg.

- Deve estar hospedado em algum hotel. Porquê?

- Nós ajudamos-te. Roubamos o contrato enquanto corres contra ele. – responde-me seriamente – Se ele pretende executar uma ou outra parte do contrato, deve andar com ele. O que significa que a trouxe para a Alemanha com ele. Mas também não se deve dar ao luxo de o perder, logo deixá-lo-á no quarto.


***


Vinte para as onze horas. Com um plano engendrado e com o nome do hotel num papel, os quatro rapazes saem de minha casa em busca do contrato.
Saio também, mas em direcção ao local da corrida. Acelero até lá sempre com o meu pensamento em Mélanie.

Não importa se estrago a minha vida, desde que estejas bem…
Amiga…


Chego ao local poucos minutos depois. Brian já se encontra lá, sentado no capo do carro espera-me. Paro o carro e saio lentamente. Deito várias madeixas de cabelo para trás e aproximo-me dele, sempre mantendo uma certa distância.

- Onde está ela?

- Tanta pressa. Ela está bem. Se me ganhares eu digo-te onde a encontrar.

- Se eu ganhar? – pergunto confusa.

- Sim, isso mesmo. Já não me interessa o teu dinheiro, ganho muito mais em vender a tua história aos jornais e revistas. Se perderes…Bem… Se perderes diz adeus à tua amiga. E claro que quero o dinheiro que estipulamos no contrato.

Sorrio-lhe em resposta, não posso deixar que note que me afecta. Tenho de ser forte pela minha amiga. Viro as costas e entro novamente no carro. Mais carros se aproximam, aparentemente existem mais convidados para esta festa. Ele não quis deixar esta corrida apenas entre nós, quer testemunhas.
O meu telemóvel toca, abro a tampa e atendo.

- Já temos o contrato! – soa a voz de Bill do outro lado da linha – Por favor tem cuidado! Eu…Não quero que te aconteça nada de mal.

- Não te preocupes. Eu telefono no fim, voltem para minha casa.

Desligo sem o deixar dizer mais nada. Olho pelo retrovisor para o carro de Brian. Este já se encontra dentro do carro e prepara-se para ir para a linha de partida. Ligo também o motor e faço o mesmo.
Uma rapariga com aproximadamente a minha idade encontra-se na linha com um lenço na mão. Será ela a sinalizar a partida.
Ele ergue vagarosamente o lenço, espera uns segundos, larga-o.
Ambos arrancamos furiosamente. Grande velocidade, adrenalina. Liberdade. Ultrapasso-o numa curva perigosa. Ele sabe que não tenho medo de manobras arriscadas.
Sigo na frente mais uns quilómetros até ser ultrapassada por ele numa recta. Todas as curvas estão sinalizadas com pessoas em carros alterados que filmam a nossa corrida com os seus telemóveis.
Última recta. Acelero a fundo, ele também. O motor do meu carro tem mais potencia que o dele, acabo por o ultrapassar nos últimos segundos antes de cortar a meta.
Venço a corrida.
Paro o carro alguns metros à frente. Saio e dirijo-me ao seu carro ainda em movimento. Ele pára a centímetros das minhas pernas. Não me afasto, apenas o olho seriamente. Ele estende o braço para fora do vidro do carro, segurando um papel na mão. Arranco-lhe o papel da mão e corro para o carro.
Já de volta à estrada leio o papel, uma morada. Não sei onde fica. Pego no telemóvel, chamo o número do qual Bill me ligara.

- Bill preciso de ajuda. Ele deu-me um papel com uma morada, mas eu já não conheço nada aqui. Não sei onde fica. Espera-me no portão de casa, estou a chegar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Move Faster - Capitulo 3 - Before the fame...


Capitulo 3 – Before the fame… http://br.youtube.com/watch?v=y_eDPyi8MXk

“There's always that one person
That will always have your heart
You never see it coming
Cuz you're blinded from the start
Know that you're that one for me
It's clear for everyone to see
Ooh baby uhYou will always be my boo”


Afastamo-nos a grande velocidade, como sempre Mélanie agarra-se ao banco e fecha os olhos. De repente um rapaz atravessa-se no meio da rua. Travo a fundo e, ai sim, ela abre os olhos, muito aflita.
Saio do carro e olho para o rapaz. Ele está parado a olhar para o carro em estado de choque. Pisca os olhos e tenta falar.

- Tu estás bem?

- Sim…Quer dizer, acho que sim… - abana a cabeça várias vezes como se tentasse acordar – Mas tu és maluca? Eu podia ter morrido! Aquilo não é velocidade para se andar aqui. – pronto, já está acordado.

- E isto também não é sitio para atravessares a estrada. – olho melhor para ele – Por acaso não nos conhecemos?

- Não creio. Acho que me lembraria se te conhecesse… - brinca com o piercing do lábio – Mas já agora…Eu sou o Tom!

- Tom?? Eu sou a Angelika.

- Angelika?? Espera aí… A amiga do meu irmão chamava-se Angelika. Tu és a amiga do Bill?? – a sua expressão agora é de completo espanto.

- Eu mesma, Tom! – sorriu-lhe.

De dentro do carro Mélanie observa a conversa sem perceber uma palavra do que dizemos, nós falamos em alemão e ela não entende. Olho para ela e vejo que olha para trás dentro do carro. Olho na mesma direcção que ela.

Damn…

- Adeus, Tom. Gosto em rever-te.

Corro para o carro, deixando-o parado no meio da rua a olhar para mim, e arranco. O carro de Brian aproxima-se a grande velocidade do meu. Viro numas quantas ruas até deixar de o ver e só depois sigo o caminho para casa.

***


Dia dos COMET, já estou pronta, uma saia curta em ganga uma camisola em bico do lado direito e a mostrar um pouco a barriga do lado esquerdo em preto, botas de cano alto também pretas e uma maquilhagem a condizer.
Já todos os eventos se habituaram à minha forma de aparecer. Nunca uso vestidos glamorosos como as outras celebridades que por lá aparecem.

Quem não gostar que tape os olhos…

Henry leva-me na limusina até ao recinto deixando-me depois lá sozinha. Mélanie disse que preferia ver pela televisão do que ter de se estar a arranjar para ir para lá.
Venho entregar o prémio de melhor live act e nem sequer conheço os nomeados. Na hora verei quem são, não me preocupo muito com isso.
Sorrio para as câmaras e falo um pouco com alguns jornalistas que querem saber as últimas novidades da minha vida e como está a ser o regresso à minha terra natal. Respondo sem problemas e sigo pela passadeira vermelha para o interior do recinto.
Cumprimento algumas pessoas que reconheço e que se encontram lá para atribuir prémios ou porque estão nomeados para algum. Sigo para o meu lugar e sento-me ficando a observar a azafama das muitas pessoas da organização, ultimando preparativos, e das estrelas com o seu nervoso miudinho pela expectativa de serem galardoados com um prémio.

***

Cerca de uma hora e meia depois chega a minha vez de anunciar o prémio. Dirijo-me para o palco e junto ao microfone anúncio a apresentação dos nomeados. Não tomo atenção ao vídeo, apenas à rapariga que me trás um envelope onde se encontra o nome do vencedor.

- E o vencedor é… - a típica pausa para suspense - …Tokio Hotel!!!

Numa fila no meio da plateia quatro rapazes levantam-se e festejam entusiasticamente. Dirigem-se depois para o palco cumprimentando algumas celebridades e os muitos fãs que ali se encontram.
No meio dos rapazes distingo Tom, o seu estilo é inconfundível, mas reconhecê-lo no meio daqueles quatro rapazes leva-me a procurar outra pessoa.
Eles chegam ao palco e um rapaz alto de cabelos negros espetados no ar aproxima-se gentilmente de mim para receber o prémio. Os nossos olhares cruzam-se e ficamos parados durante alguns segundos. Acordo do transe e passo-lhe o prémio para as mãos, fazendo-o acordar também.
Cumprimenta-me com dois beijinhos e coloca-se em frente ao microfone, de seguida os restantes membros da banda, inclusive Tom, vêm cumprimentar-me e juntam-se a ele nos agradecimentos característicos de cerimónias deste tipo.
Volto para o backstage seguida deles, e sigo para a sala onde se espera para as actuações, que agora se encontra vazia. Dirijo-me para lá na esperança de que não me sigam.

- Angelika!! – a voz de Tom atrás de mim.

Volto-me para ele que se encontra na entrada da sala com o rapaz de cabelos negros e olhos chocolate ao lado.

- Eu disse-te que era ela… Tu não acreditavas em mim. – diz para o rapaz ao seu lado.

O rapaz aproxima-se de mim devagar, como se ainda não acreditasse nas palavras do irmão, mas quando, finalmente, fica na minha frente, abraça-me.

- Pensei que nunca mais te voltaria a ver. – sussura-me.

- E eu a ti…

*Flashback*

- Vamos ser amigos para sempre, Angel?

- Claro que sim! Tu achas que não?

- Eu quero ser teu amigo para sempre. Quero ter-te perto para sempre!

*End of Flashback*

Afastamo-nos e ficamos a olhar-nos durante uns segundos. Tom entretanto desaparecera da sala e ficáramos sozinhos nela. Ele afasta uma madeixa do meu cabelo que se encontra em frente dos meus olhos.

- Estás tão diferente! Se o Tom não dissesse eu nunca te reconheceria.

- Olha quem fala!! O que fizeste ao cabelo??

- Ah… Não gostas? O teu também deixa-te estar que está num estado muito “normal”…

- Eu gosto do teu cabelo. E uso o meu assim porque gosto.

Passo a mão pelo meu cabelo loiro com madeixas pretas e várias tranças feitas com fios pretos. Desalinho-o, o que o faz sorrir.

- O aspecto é diferente. Mas o feitio é o mesmo…Aí estás igualzinha… - volta a abraçar-me.

*Flashback*

- Já alguma vez beijaste um rapaz?

- Não. Porquê? Já beijaste uma rapariga?

- Eu…não…eu só pensei que…podíamos experimentar…

- O quê? Eu e tu?

- Sim…

*End of Flashback*
Separamo-nos e juntos voltamos para o salão. Eles ainda recebem o SuperComet e depois convido-os para conhecerem a minha casa e Mélanie.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Move Faster - Capitulo 2 - Get the hell out of here


Capitulo 2 – Get the hell out of here http://br.youtube.com/watch?v=xB7pQpNx-F4

“'Cause it makes me that much stronger
Makes me work a little bit harder
It makes me that much wiser
So thanks for making me
a fighter
Made me learn a little bit faster
Made my skin a little bit thicker
Makes me that much smarter
So thanks for making me
a fighter”


- Não sei porque vens comigo se não gostas do que faço…

Observo Mélanie pelo canto do olho enquanto conduzo. Acelero mais colando o meu pé direito ao tapete e sorriu ao verificar que Mélanie se agarra ao banco imediatamente e como se disso depende-se a sua vida. Olho para o mostrador na minha frente e vejo a velocidade a que conduzo, 180 km/h, abrando e a pálida Mélanie ganha um pouco de cor. Já é de noite e a cidade encontra-se iluminada por milhares de luzes que lhe dão um ar misterioso mas bonito ao mesmo tempo.
Ela começa a fazer zapping no rádio do carro até encontrar uma emissora que considera estar a passar boa música. Para ela, boa música tanto pode ser um fado como um heavy metal, não tem gostos definidos, mas pelo menos assim nunca nos desentendemos por causa da música no carro.
Chegamos finalmente ao local pretendido, abrando e vou observando as pessoas que por ali se encontram.

- Ainda hoje chegaste e já te vens meter nestas coisas. Se o teu pai descobre o que fazes, nem quero ver.

- Não descobre. E não agoures! Sim?

Mais de 50 carros encontram-se ali concentrados na estrada que dá acesso à saída da cidade. Todos eles alterados e com as portas das malas abertas exibindo as grandes aparelhagens musicais. Tenho esta paixão por carros alterados desde que me mudei para os Estados Unidos, mas não é esse o motivo pelo qual me encontro aqui. O que me traz aqui é a minha outra grande paixão.
Se pensaram que a minha paixão é as corridas de carros, posso dizer-vos que acertaram. Adoro-as. Se pensaram que apenas venho assistir, enganaram-se. Venho aqui para participar.
A adrenalina da velocidade faz-me sentir viva, faz-me sentir verdadeira dentro deste mundo de falsidades. Preciso disto como preciso do ar que respiro para viver.
Paro o carro num espaço livre e retiro o cinto de segurança, vejo que algumas pessoas observam o meu carro. Não dou importância, sei que tenho uma bela máquina, a menina dos meus olhos.

- Vou dar uma volta por aí. Ver a concorrência. – sorrio e saio do carro. Ela prefere ficar.

Caminho um pouco observando os carros que por ali se encontram, sinto-me ser observada à medida que passo. O espaço é maioritariamente ocupado por homens, apesar de circularem por ai várias raparigas, estas vêm simplesmente assistir e apoiar os seus “namorados”, pareço ser a única rapariga com intenções de participar nas corridas.
Paro junto de alguns carros e observo as alterações, enquanto ouço os seus donos falarem dos grandes feitos que já fizeram com eles, e observo os motores. Alguns muito bons, outros nem por isso. Falo com algumas pessoas para saber como funcionam as coisas por aqui e se qualquer pessoa pode participar.
Caminho mais um pouco até que paro em frente de um BMW azul com efeitos prateados. Observo-o durante uns segundos e dou a volta ao veículo. Volto a parar junto da mala.

- Podia jurar que conheço este carro.

- Pois conheces. – uma voz nas minhas costas – Eu sabia que não conseguirias resistir à tentação de vir aqui.

- Brian?? Que fazes aqui?

- Procurei-te em Milão, mas andaste muito calminha por lá. Não levaste o carro nem nada. Mas quando soube que a Mélanie embarcou para aqui com o teu carro, calculei que não te conseguirias manter afastada por muito tempo. Tu precisas disto.

- Eu preciso é que desapareças da minha frente. – tento passar por ele, mas ele impede-me – Já agora. Como soubeste que ela vinha para aqui e que vinha ter comigo?

- Não subestimes os meus contactos e o meu poder de descobrir aquilo que quero. Neste caso, tu. Continuas aqui… - aponta para a palma da sua mão – …na minha mão.

- Nos teus sonhos querido. – afasto-me dele.

Brian é um ex-namorado meu que nunca aceitou que eu o tenha deixado. Apesar de eu não ter arranjado mais ninguém, ele continua furioso com a minha atitude.

- Nós temos um contrato. Não podes fugir dele. – ri-se – Que me dizes a uma corridinha? – agora o seu sorriso é cínico.

- Claro, meu querido. – aproximo-me dele lentamente. As nossas caras ficam a escassos centímetros uma da outra. – Estava mesmo a pensar nisso.

Sem que ele tenha tempo de perceber o que se passa ou de reagir, ergo o meu joelho direito com força e velocidade em direcção a ele. Acertando-lhe em cheio onde queria.

- Vê se desapareces!

Deixo-o caído no chão, encolhido com as dores, perante os risos e a troça das pessoas que assistiam à discussão.
Afasto-me com passos largos acabando por me esconder atrás de um jipe. Escorrego até ao chão. Deito as mãos à cabeça.

Isto só a mim.
Nem aqui me livro deste traste.
Hoje já não vai haver corrida para ninguém.

- Angel… - puxo Mélanie para baixo sem a deixar terminar o nome.

- Fala baixo. E está quieta!

- O que se passa? Por que é que estás aqui escondida? – pergunta-me enquanto se senta no chão ao meu lado.

- O Brian está aí.

- Aquele…

- Controla-te mulher… Não insultes que não vale a pena, é dar-lhe importância a mais. – espreito para o local onde o deixei, ele encontra-se agora de pé, já recomposto.

- Como é que ele teve a lata de te seguir até aqui? Ele quer mesmo acabar com a tua vida… Parvalhão…

Ignoro os insultos que ela sussurra a seguir e volto a espreitar Brian. Ele encontra-se de costas para o local onde estamos e olha atentamente para um carro. Agarro Mélanie por um braço e puxo-a comigo para o carro. Entramos as duas.

- Ei! Eu não vou dentro do carro contigo nas corridas!

- Hoje não há corrida para mim. Ainda não percebeste que ele está aí para me tentar apanhar na pista? Não posso competir contra ele. Tu sabes o que ele faz…

- Sim, amiga, eu sei. Vamos para casa.

sábado, 27 de setembro de 2008

Move Faster - Capitulo 1 - This is me...



Capitulo 1 – This is me… http://br.youtube.com/watch?v=pfqb2eW9XIc&feature=related


“Sorry you can't define me
Sorry I break the mold
Sorry that I speak my mind
Sorry don't do what I'm told
Sorry if I don't fake it
Sorry I come too real
I will never hide what
I really feel”

O avião aterra. Aproximo-me da porta e inicio a descida das escadas enquanto coloco os meus óculos de sol. Ponho a écharpe Valentino para trás e caminho até Henry, o meu motorista.

- Bom dia menina! Fez boa viagem?

- Bom dia Henry. Fiz boa viagem, sim, obrigado. – respondo-lhe com um sorriso.

Entramos dentro da limusina e ele conduz-me até casa. Acabo de chegar de Milão, fui assistir a um desfile de moda, representar os meus pais que não puderam comparecer. Chego agora a Berlim para entregar um prémio nos COMET 2009. Os meus pais são pessoas importantes e ocupadas. Represento-os nestes eventos, apesar de a moda e o espectáculo não me dizerem nada. Eu faço a minha própria moda e escrevo o guião da minha vida.
Nasci aqui na Alemanha mas não venho cá desde os 12 anos, tenho agora 19. São muitos anos longe da minha terra. Já pouco reconheço. Apenas sei que em casa tenho Mélanie à minha espera, veio dos Estados Unidos para cá para me fazer companhia durante o tempo que estarei cá. Pretendo ficar mais uns tempos por cá depois da entrega do prémio. Quero explorar a cidade que me viu nascer.
Sentada na limusina olho pela janela para a cidade. Algumas recordações surgem na minha mente ao passar por um pequeno parque no centro da cidade.

*Flashback*

- Desculpa. Tenho de ir, são os meus pais que mandam.

- Mas porquê? Não percebo.

- Por causa do trabalho deles. São eles que mandam. Não posso ficar. Desculpa.

Saio a correr do parque e entro na limusina juntamente com Henry que me espera para me abrir a porta. Vejo o sorriso do meu melhor amigo desvanecer-se e ficar para trás. Tínhamos 12 anos e eu abandonei-o.

- Nunca te vou esquecer.


*End of flashback*

Passou tempo de mais, agora ele é apenas uma boa recordação na minha memória. A minha vida mudou, provavelmente a dele também. Eu estou muito diferente e o mais provável é nem o reconhecer se o encontrar na rua. Não pudemos evitar as voltas que a vida dá, ela é mesmo assim, e isto estava destinado.
Agora tenho uma nova melhor amiga, Mélanie, que apesar de não aprovar o que faço também não interfere e apoia-me nas minhas decisões.
O carro abranda e vejo surgir os portões da casa que se abrem mecanicamente após um simples clique num botão. Recordo-me deles, das vezes que entrei nesta casa depois da escola e de como me escapulia pelo muro para ir brincar para a rua.
Saiu do carro antes que Henry me abra a porta e retiro os óculos de sol colocando-os na cabeça. Olho à minha volta enquanto retiro a écharpe.

- Bem-vinda a casa, Angelika.

Caminho pelo pequeno carreiro que leva até à porta das traseiras, não entro pela porta da frente, nunca gostei de o fazer. Entro pela cozinha surpreendendo algumas criadas que não me esperavam ver entrar por ali. E que me cumprimentam com entusiasmo. Sigo caminho para o que recordo ser o meu quarto.
Abro a porta e não me reconheço dentro daquele quarto. Bonecas por todo o lado, o quarto de uma verdadeira criança. Objectos que à anos atrás tinham muito significado e que agora não me dizem nada.

- Tenho de mudar isto tudo.

- Angel!!!!!!!!!!!!!!!!


Mélanie atira-se para cima de mim fazendo-nos cair a ambas em cima da colcha rosa bebé da minha cama.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Move Faster - Apresentação

Hallo!


Esta é a minha segunda fic, mas é bastante diferente da primeira.

Esta é uma mini-fic em seis capitulos e a cada capitulo estará associada uma música, da qual colocarei o link para ouvirem.


Espero que gostem!


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Personagens:

- Angelika: filha de pais ricos e famosos; não liga nada à fama e o que gosta mesmo é de ver carros alterados, mas junto com esta paixão vem outra ainda maior.
- Mélanie: melhor amiga de Angelika; os seus pais também são ricos, mas ao contrário de Angelika ela gosta da fama; acompanha a amiga nas suas aventuras mas não se mete nelas. Tem medo que os pais a deserdem.
- Brian: ex-namorado de Angelika.
- Tokio Hotel: banda rock alemã; blá blá… vocês sabem…
Apareceram mais personagens que não são relevantes para a história em geral e que a devido tempo serão apresentadas.

Abertura: A adrenalina corre nas minhas veias, a minha alma chama por emoção. Esta foi a única maneira que encontrei de sentir a liberdade e serenidade que me davas. Quero-te, sempre te quis, não foi por minha vontade que nos separamos.
A vida dá voltas demais…